'Renda per capita tende a aumentar', diz ex-presidente do IBGE sobre crescimento populacional abaixo do previsto

Em entrevista à GloboNews, Sérgio Besserman falou sobre o fenômeno da diminuição da fecundidade e como isso impacta no futuro do país. Economista e ex-presidente do IBGE Sérgio Besserman fala sobre os dados do Censo 2022. GloboNews Os primeiros resultados foram divulgados nesta quarta-feira (28) pelo Instituto de Geografia e Estatística (IBGE) referentes ao Censo Demográfico 2020 apontaram que o Brasil tem 203.062.512 de habitantes. O número veio abaixo das projeções anteriores do órgão. Em 2021, o prognóstico apontava que país teria ao menos 213 milhões de habitantes. Em dezembro de 2022, já com dados prévios do levantamento, o IBGE revisou a estimativa para 207,7 milhões, ou 4,7 milhões de pessoas acima do cálculo final. Em entrevista à GloboNews, o economista e ex-presidente do IBGE Sérgio Besserman falou sobre os primeiros dados apresentados, sobretudo sobre a número total da população. Segundo ele, o número vai gerar preocupações por causa do envelhecimento populacional, mas também pode trazer outra interpretação. "Por outro lado, a renda per capita tende a aumentar facilmente em países que não estão tendo grandes crescimentos populacionais", explica. Segundo o economista, é natural que caia a taca de fecundidade entre as mulheres ao longo do tempo e alguns motivos explicam essa mudança. "A taxa de fecundidade entre as mulheres costuma cair. A evolução disso mostra que, na medida que as mulheres têm mais escolaridade, acesso à informação, conhecimento, oportunidade e liberdade sobre seus corpos, em todo mundo, o número costuma cair", diz. LEIA TAMBÉM: Rio e mais 8 cidades da Região Metropolitana 'encolheram' em população, aponta Censo Censo do IBGE: 4 em cada 10 cidades do país perderam habitantes desde 2010 Censo 2022: Salvador perde maior população entre todas as cidades do Brasil e cai de 3º para 5º lugar entre capitais mais habitadas Crescimento populacional censo, população, brasil, ibge, comércio, ruas, sp Luiz Franco/g1 A taxa média de crescimento anual da população brasileira atingiu, entre os anos de 2010 e 2022, o menor nível da série histórica iniciada há 150 anos. É o que mostram dados do Censo 2022, divulgados nesta quarta-feira (28) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). De acordo com o levantamento, o avanço no número de habitantes no país foi de apenas 0,52% por ano ao longo dos últimos 12 anos. Até então, o menor crescimento anual havia sido registrado entre os anos 2000 e 2010, quando o índice ficou em 1,17%. Os dados do Censo 2022 também mostram como a taxa média de crescimento anual da população brasileira vem diminuindo ao longo das últimas décadas. Isso significa que a população brasileira tem aumentado, mas em ritmo cada vez mais lento. Desde o levantamento realizado pelo IBGE entre os anos de 1950 e 1960, já foram seis quedas seguidas no índice. Em 2022, também foi a primeira vez que a taxa de crescimento populacional ao ano foi inferior a 1% (veja no gráfico abaixo). Pelo menos a partir da década de 1990, a desaceleração desse indicador vem ocorrendo em todas as regiões do país. Proporcionalmente, as que mais diminuíram seus ritmos de crescimento populacional nesse período foram o Norte e o Sudeste. Em 2022, a menor taxa média de crescimento anual da população foi registrada no Nordeste do Brasil, com avanço de 0,24% no indicador, seguido pelo Sudeste, que avançou 0,45% (confira no gráfico abaixo). Perguntado pelo g1 sobre os possíveis motivos para essa desaceleração no crescimento populacional, o IBGE disse que "os dados dessa divulgação se resumem apenas à população dos municípios". Afirmou ainda que, quando forem divulgadas "outras variáveis do Censo 2022, como os dados de migração, idade e sexo, renda e aglomerados subnormais", o instituto terá "mais condições de explicar as variações populacionais". Sobre possíveis mudanças na estimativa do IBGE para o crescimento da população brasileira nos próximos anos, a instituição disse que essa projeção será divulgada após análise feita com base nos dados do próprio Censo 2022. A última divulgação do instituto prevê 228.286.347 pessoas até 2060. Em números absolutos, o Brasil tem, atualmente, 203.062.512 habitantes — uma alta de 12,3 milhões em relação aos 190.755.799 registrados em 2010 (veja abaixo o avanço de cada região). Distribuição da população pelas regiões do Brasil. Arte/g1 Censo do IBGE O Censo é uma pesquisa realizada pelo IBGE para fazer uma ampla coleta de dados sobre a população brasileira. Ela permite traçar um perfil socioeconômico do país, já que conta os habitantes do território nacional, identifica suas características e revela como vivem os brasileiros. Todos os 5.568 municípios brasileiros, mais dois distritos (Fernando de Noronha e Distrito Federal), num total de 5.570 localidades, receberam visita de recenseadores. Segundo o IBGE, foram visitados 106,8 milhões de endereços em 8,5 milhões de quilômetros quadrados. Foram respondidos 79.160.207 questionários, dos quais 88,9% c

'Renda per capita tende a aumentar', diz ex-presidente do IBGE sobre crescimento populacional abaixo do previsto

Em entrevista à GloboNews, Sérgio Besserman falou sobre o fenômeno da diminuição da fecundidade e como isso impacta no futuro do país. Economista e ex-presidente do IBGE Sérgio Besserman fala sobre os dados do Censo 2022. GloboNews Os primeiros resultados foram divulgados nesta quarta-feira (28) pelo Instituto de Geografia e Estatística (IBGE) referentes ao Censo Demográfico 2020 apontaram que o Brasil tem 203.062.512 de habitantes. O número veio abaixo das projeções anteriores do órgão. Em 2021, o prognóstico apontava que país teria ao menos 213 milhões de habitantes. Em dezembro de 2022, já com dados prévios do levantamento, o IBGE revisou a estimativa para 207,7 milhões, ou 4,7 milhões de pessoas acima do cálculo final. Em entrevista à GloboNews, o economista e ex-presidente do IBGE Sérgio Besserman falou sobre os primeiros dados apresentados, sobretudo sobre a número total da população. Segundo ele, o número vai gerar preocupações por causa do envelhecimento populacional, mas também pode trazer outra interpretação. "Por outro lado, a renda per capita tende a aumentar facilmente em países que não estão tendo grandes crescimentos populacionais", explica. Segundo o economista, é natural que caia a taca de fecundidade entre as mulheres ao longo do tempo e alguns motivos explicam essa mudança. "A taxa de fecundidade entre as mulheres costuma cair. A evolução disso mostra que, na medida que as mulheres têm mais escolaridade, acesso à informação, conhecimento, oportunidade e liberdade sobre seus corpos, em todo mundo, o número costuma cair", diz. LEIA TAMBÉM: Rio e mais 8 cidades da Região Metropolitana 'encolheram' em população, aponta Censo Censo do IBGE: 4 em cada 10 cidades do país perderam habitantes desde 2010 Censo 2022: Salvador perde maior população entre todas as cidades do Brasil e cai de 3º para 5º lugar entre capitais mais habitadas Crescimento populacional censo, população, brasil, ibge, comércio, ruas, sp Luiz Franco/g1 A taxa média de crescimento anual da população brasileira atingiu, entre os anos de 2010 e 2022, o menor nível da série histórica iniciada há 150 anos. É o que mostram dados do Censo 2022, divulgados nesta quarta-feira (28) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). De acordo com o levantamento, o avanço no número de habitantes no país foi de apenas 0,52% por ano ao longo dos últimos 12 anos. Até então, o menor crescimento anual havia sido registrado entre os anos 2000 e 2010, quando o índice ficou em 1,17%. Os dados do Censo 2022 também mostram como a taxa média de crescimento anual da população brasileira vem diminuindo ao longo das últimas décadas. Isso significa que a população brasileira tem aumentado, mas em ritmo cada vez mais lento. Desde o levantamento realizado pelo IBGE entre os anos de 1950 e 1960, já foram seis quedas seguidas no índice. Em 2022, também foi a primeira vez que a taxa de crescimento populacional ao ano foi inferior a 1% (veja no gráfico abaixo). Pelo menos a partir da década de 1990, a desaceleração desse indicador vem ocorrendo em todas as regiões do país. Proporcionalmente, as que mais diminuíram seus ritmos de crescimento populacional nesse período foram o Norte e o Sudeste. Em 2022, a menor taxa média de crescimento anual da população foi registrada no Nordeste do Brasil, com avanço de 0,24% no indicador, seguido pelo Sudeste, que avançou 0,45% (confira no gráfico abaixo). Perguntado pelo g1 sobre os possíveis motivos para essa desaceleração no crescimento populacional, o IBGE disse que "os dados dessa divulgação se resumem apenas à população dos municípios". Afirmou ainda que, quando forem divulgadas "outras variáveis do Censo 2022, como os dados de migração, idade e sexo, renda e aglomerados subnormais", o instituto terá "mais condições de explicar as variações populacionais". Sobre possíveis mudanças na estimativa do IBGE para o crescimento da população brasileira nos próximos anos, a instituição disse que essa projeção será divulgada após análise feita com base nos dados do próprio Censo 2022. A última divulgação do instituto prevê 228.286.347 pessoas até 2060. Em números absolutos, o Brasil tem, atualmente, 203.062.512 habitantes — uma alta de 12,3 milhões em relação aos 190.755.799 registrados em 2010 (veja abaixo o avanço de cada região). Distribuição da população pelas regiões do Brasil. Arte/g1 Censo do IBGE O Censo é uma pesquisa realizada pelo IBGE para fazer uma ampla coleta de dados sobre a população brasileira. Ela permite traçar um perfil socioeconômico do país, já que conta os habitantes do território nacional, identifica suas características e revela como vivem os brasileiros. Todos os 5.568 municípios brasileiros, mais dois distritos (Fernando de Noronha e Distrito Federal), num total de 5.570 localidades, receberam visita de recenseadores. Segundo o IBGE, foram visitados 106,8 milhões de endereços em 8,5 milhões de quilômetros quadrados. Foram respondidos 79.160.207 questionários, dos quais 88,9% com 26 quesitos e 11,1% com 77 quesitos. No total, 98,88% das entrevistas foram presenciais; o restante foi pela internet ou telefone. Teste seus conhecimentos sobre o Censo Jogue os dois Quiz abaixo e veja se você sabe tudo sobre a pesquisa: