Conheça índices estranhos do mercado financeiro
Índices são indicadores de desempenho que mostram o comportamento de todo o mercado ou de segmentos específicos dele. São usados como referência para avaliar os movimentos da economia e dão uma visão ampla sobre um cenário específico de forma objetiva. Mas alguns desses índices são, no mínimo, estranhos.
Talvez o mais conhecido, inclusive no Brasil, seja o Índice Big Mac (Big Mac Index), calculado sobre o preço do sanduíche da rede de fast food McDonald’s vendido em mais de 100 países. Ele examina a valorização (ou desvalorização) relativa de diversas moedas em relação ao dólar, pois compara o preço relativo de um Big Mac em todo o mundo.
Já o Indicador do Super Bowl (Super Bowl Indicator) é um método nada científico usado para medir o mercado de ações dos Estados Unidos. A teoria é que, se um time da American Football Conference (AFC) da National Football League vencer, pode significar um declínio no mercado de ações americano no ano seguinte. Por outro lado, uma vitória de uma equipe da National Football Conference (NFC) prevê que o mercado de ações subirá no próximo ano.
Embora não haja uma conexão real entre um time de futebol de uma liga específica e o mercado de ações dos EUA, é um indicador de mercado interessante. Nos últimos 54 anos, teve uma taxa de sucesso de 74% ou 40 acertos.
Que medo!
Também dos Estados Unidos vem o Volatility Index (VIX) que mede as flutuações de preço esperadas nas ações do S&P 500 Index – índice composto por quinhentos ativos cotados nas bolsas de NYSE ou NASDAQ – nos próximos 30 dias. O VIX, conhecido como o “índice de medo”, é calculado em tempo real pela Chicago Board Options Exchange (CBOE), maior bolsa de opções dos EUA.
Com uma natureza preditiva, o VIX é uma medida de volatilidade implícita, não baseada em dados históricos ou análises estatísticas. É considerado um reflexo do sentimento do investidor, que desempenha um grande papel na tomada de decisões para os mercados de ações.
No entanto, ele não deve ser interpretado como um sinal de movimento imediato do mercado. O índice está longe de ser perfeito e os investidores devem considerar quanto peso desejam atribuir a ele.
Que índices são esses?
Outros indicadores estranhos também persistiram ao longo do tempo. O Indicador de Aspirina (The Aspirin Indicator), por exemplo, sustenta que os preços das ações e a produção de aspirina estão inversamente relacionados. Isso significa que, quando o mercado está em alta, menos pessoas precisam de aspirina para curar dores de cabeça induzidas pelo mercado, enquanto vendas mais baixas de aspirina devem indicar um mercado em alta.
Existem indicadores econômicos ainda mais estranhos, como o Índice de Caixas de Papelão, usado para medir a produção de bens de consumo. Ele assume que a maioria dos bens é embalada e transportada em caixas de papelão, então, quanto mais caixas forem produzidas, maior será consumo de produtos manufaturados.
No Reino Unido tem o Índice Feijão em Lata. Como os alimentos frescos, em geral, custam mais do que os enlatados, o indicador aponta que uma crise pode aumentar as vendas de produtos prontos.
E que tal medir a economia pelo consumo de cerveja? Na Europa, o Índice de Consumo de Cerveja no Bar avalia a consumação da bebida em bares e restaurantes. E, quando há recessão, o orçamento curto acaba levando o consumidor a fazer o happy hour em casa.
Índices normalmente atuam como um instrumento de tomada de decisão e previsão. Quando utilizados isoladamente ou em combinação com outros que ajudam a refletir sobre as condições do sistema. Mas é preciso discernimento para saber qual é realmente válido.
Embora alguns desses indicadores não sejam baseados em fatos, o uso deles provavelmente está atrelado a investidores que tentam entender as oscilações do mercado ao longo do tempo e atribuir significado a eventos imprevisíveis.
Fonte: https://istoe.com.br/conheca-indices-estranhos-do-mercado-financeiro/