Dólar opera em alta, com PEC da Transição ainda no radar e semana marcada por indicadores econômicos
O dólar opera em alta nesta segunda-feira (5), em dia de poucos negócios por conta do jogo do Brasil na Copa do Catar. A semana deve ser marcada por importantes dados econômicos pelo mundo. No cenário doméstico, as atenções seguem voltadas para a PEC da Transição e o rumo das contas públicas no governo do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva.
Às 14h14, a moeda norte-americana subia 0,88%, negociada a R$ 5,2610. Veja mais cotações.
Na última sexta-feira, o dólar fechou em alta de 0,36%, vendido a R$ 5,2152. Com o resultado do final da semana, a moeda acumula alta de 0,26% no mês e queda de 6,45% no ano.
O que está mexendo com os mercados?
A primeira semana de dezembro é de agenda cheia para o mercado financeiro, com indicadores que devem mexer com os mercados e, principalmente, com a cotação do dólar.
No Brasil, o Comitê de Política Monetária (Copom) se reúne e divulga na quarta-feira (07) a nova Selic, taxa básica de juros da economia brasileira, hoje em 13,75% ao ano. Na quinta-feira, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulga os dados de vendas no varejo de outubro e, na sexta, sai o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), indicador da inflação oficial do País.
Além dos dados econômicos, a semana também conta com eventos políticos importantes no cenário doméstico. O destaque fica com a PEC da Transição - proposta do governo que visa liberar gastos acima do teto para financiar promessas eleitorais de Lula (como o Bolsa Família de R$ 600 e o auxílio extra de R$ 150 para crianças pequenas) -, que deve se votada no Senado na quarta-feira.
"Assim como na semana passada, o mercado brasileiro segue de olho na alta das commodities e nas negociações da PEC da Transição, com expectativa de gasto acima do teto menor do que o texto protocolado", afirma analistas do BTG Pactual.
No exterior, os próximos dias contarão com a divulgação de dados de inflação na China e o Produto Interno Bruto (PIB) da zona do euro.
Especialistas explicam que também mexe com o pregão desta segunda alguns dados divulgados nos Estados Unidos na última sexta-feira. O relatório payroll, que fala sobre a situação do mercado de trabalho americano, mostrou que a criação de vagas continua forte na maior economia do mundo, o que gera expectativas de que as taxas de juros no país continuem pressionadas.
Com a geração de empregos forte, a tendência é que a população americana continue consumindo bastante, com poder de compra. Assim, a inflação no país tarda mais a cair, o que leva o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) a continuar com seu ciclo de altas nos juros, como forma de tentar frear a escalada dos preços.
Juros mais altos elevam, também, a rentabilidade dos títulos públicos americanos, que são considerados os mais seguros do mundo, tornando-os mais atrativos. Isso leva a uma migração dos investidores, que abandonam em boa parte os ativos de risco, beneficiando o dólar em detrimento de moedas de países emergentes, como o Brasil.
Fonte: https://g1.globo.com/economia/noticia/2022/12/05/dolar.ghtml