Bob Esponja, Pequena Sereia e Pokémon: pesquisador da Unicamp recorre a personagens da cultura pop para explicar biologia

Biólogo se inspirou em personagens de animações e filmes para descomplicar conceitos da disciplina e aproximar a ciência de um público mais amplo. Bob Esponja, Pequena Sereia e Pokémon: pesquisador da Unicamp utiliza cultura pop Personagens da ficção, em alguns casos, têm alguma inspiração no mundo real. Esponjas que conversam com estrelas do mar ou espécies que evoluem quando usam habilidades podem não existir da forma como aparecem na ficção, mas um olhar mais atento identifica os elementos de realidade que existem naquele universo. Esse olhar atento foi o que fez o biólogo Carlos Stênio, mestrando do Instituto de Geociências da Unicamp, começar a produzir vídeos para as redes sociais nos quais descomplica conceitos científicos de biologia a partir de ícones da cultura pop, como "Bob Esponja", "Pequena Sereia" e "Pokémon". Entre os vídeos, é possível encontrar, em poucos minutos, explicações sobre mimetismo com um personagem de "Vida de Inseto", filme infantil de 1998, ou os animais reais que serviram de inspiração para a criação de Pokémon, franquia de desenho japonês que virou febre entre crianças e adolescentes no início dos anos 2000. Bob Esponja, Pequena Sereia e Pokémon, estudante da Unicamp utiliza personagens da cultura pop para explicar biologia Arquivo Pessoal ???? Receba no WhatsApp notícias da região de Campinas "Tenho uma meta semanal de assistir dois ou três longas animados. Aí vou assistindo e anotando alguns trechos que podem se encaixar em algum contexto científico ou lendo algum artigo pode aparecer algo que eu possa relacionar com algum filme", disse Carlos Stênio. Depois de conquistar milhares de seguidores nas redes sociais, Stênio começou a fazer palestras sobre o tema e já lançou livros onde adaptou conceitos da disciplina dentro de histórias clássicas como "Alice no País das Maravilhas" e "Pequena Sereia". Bob Esponja, Pequena Sereia e Pokémon, estudante da Unicamp utiliza personagens da cultura pop para explicar biologia Arquivo Pessoal ???? Como tudo começou? O biólogo conta que tudo começou com o personagem "Bob Esponja", quando ele fez um trabalho de biologia marinha com o personagem, uma criatura do mar muito querida entre as crianças, para a conclusão de uma disciplina. Em outra oportunidade, ele foi capaz de resumiu toda a matéria de uma disciplina com "Pokémon". O docente continuou a desenvolver as experiências depois de formado. A partir da animação japonesa, ele revela que trabalhou conceitos de ecologia, identificando ordens e nichos ecológicos dos “bichinhos animados” com seus correspondentes reais. Em 2020, no auge da pandemia da Covid-19, aproveitando que estava em casa, começou a fazer conteúdo para as redes sociais. Inicialmente era de uma forma bem simples, falando dos personagens e suas versões reais, mas aos poucos ele comenta que começou a deixar o conteúdo mais complexo. "No começo era bem infantil, mas meu público-alvo era criança [...]. Atualmente eu já consigo resumir assuntos do Enem com filme [...] principalmente agora que eu entrei no mestrado, a mesma coisa que eu faço no Instagram. Acaba virando um artigo científico", comenta. A temática utilizada nas redes sociais se tornaram a base para o mestrado, onde Stênio desenvolve uma técnica para ensinar geociência a crianças com 10 anos utilizando principalmente a animação "A Era do Gelo". Já quando estiver no doutorado, o ícone pop escolhido será o filme "Jurassic Park". "Divulgação científica é basicamente isso: um artigo científico sobre penas em dinossauros não vai atingir tantas pessoas quanto um filme de 'Jurassic Park'. Então, a intenção é aproximar as pessoas da ciência e usar algum desenho ou um filme como ferramenta para passar um conteúdo científico", complementa. Bob Esponja, Pequena Sereia e Pokémon, estudante da Unicamp utiliza personagens da cultura pop para explicar biologia Arquivo Pessoal ???? Produção literária, do biólogo à sereia Como parte do amadurecimento na produção de conteúdo, em 2021, Carlos Stênio escreveu o primeiro livro misturando uma narrativa ficcional com elementos da biologia. "O Diário de um Biólogo" é narrado por uma criança com autismo que descobre que não existe preconceito no mundo animal. Segundo o autor, a obra foi produzida a partir de uma pesquisa mais antiga que tinha feito na época da faculdade sobre comportamento homossexual em animais. O trabalho foi o início de uma produção de e-books e livros de biologia que abriram portas para ele ser convidado a ministrar palestras que explicassem seu método. “Cheguei a lançar alguns e-books e livros ensinando a professores e alunos como eles podem estudar para o Enem, por exemplo”, revela. Em setembro de 2022, lançou "Alice no País da Biologia", uma versão da clássica história criada por Lewis Carroll em 1865, mas explorando o contexto biológico. Nesta história, o leitor encontra uma personagem que visita o mundo fantástico depois de ingerir um cogumelo alucinógeno. Bob Esponja, Pequena Sereia e Pokémon, estudan

Bob Esponja, Pequena Sereia e Pokémon: pesquisador da Unicamp recorre a personagens da cultura pop para explicar biologia

Biólogo se inspirou em personagens de animações e filmes para descomplicar conceitos da disciplina e aproximar a ciência de um público mais amplo. Bob Esponja, Pequena Sereia e Pokémon: pesquisador da Unicamp utiliza cultura pop Personagens da ficção, em alguns casos, têm alguma inspiração no mundo real. Esponjas que conversam com estrelas do mar ou espécies que evoluem quando usam habilidades podem não existir da forma como aparecem na ficção, mas um olhar mais atento identifica os elementos de realidade que existem naquele universo. Esse olhar atento foi o que fez o biólogo Carlos Stênio, mestrando do Instituto de Geociências da Unicamp, começar a produzir vídeos para as redes sociais nos quais descomplica conceitos científicos de biologia a partir de ícones da cultura pop, como "Bob Esponja", "Pequena Sereia" e "Pokémon". Entre os vídeos, é possível encontrar, em poucos minutos, explicações sobre mimetismo com um personagem de "Vida de Inseto", filme infantil de 1998, ou os animais reais que serviram de inspiração para a criação de Pokémon, franquia de desenho japonês que virou febre entre crianças e adolescentes no início dos anos 2000. Bob Esponja, Pequena Sereia e Pokémon, estudante da Unicamp utiliza personagens da cultura pop para explicar biologia Arquivo Pessoal ???? Receba no WhatsApp notícias da região de Campinas "Tenho uma meta semanal de assistir dois ou três longas animados. Aí vou assistindo e anotando alguns trechos que podem se encaixar em algum contexto científico ou lendo algum artigo pode aparecer algo que eu possa relacionar com algum filme", disse Carlos Stênio. Depois de conquistar milhares de seguidores nas redes sociais, Stênio começou a fazer palestras sobre o tema e já lançou livros onde adaptou conceitos da disciplina dentro de histórias clássicas como "Alice no País das Maravilhas" e "Pequena Sereia". Bob Esponja, Pequena Sereia e Pokémon, estudante da Unicamp utiliza personagens da cultura pop para explicar biologia Arquivo Pessoal ???? Como tudo começou? O biólogo conta que tudo começou com o personagem "Bob Esponja", quando ele fez um trabalho de biologia marinha com o personagem, uma criatura do mar muito querida entre as crianças, para a conclusão de uma disciplina. Em outra oportunidade, ele foi capaz de resumiu toda a matéria de uma disciplina com "Pokémon". O docente continuou a desenvolver as experiências depois de formado. A partir da animação japonesa, ele revela que trabalhou conceitos de ecologia, identificando ordens e nichos ecológicos dos “bichinhos animados” com seus correspondentes reais. Em 2020, no auge da pandemia da Covid-19, aproveitando que estava em casa, começou a fazer conteúdo para as redes sociais. Inicialmente era de uma forma bem simples, falando dos personagens e suas versões reais, mas aos poucos ele comenta que começou a deixar o conteúdo mais complexo. "No começo era bem infantil, mas meu público-alvo era criança [...]. Atualmente eu já consigo resumir assuntos do Enem com filme [...] principalmente agora que eu entrei no mestrado, a mesma coisa que eu faço no Instagram. Acaba virando um artigo científico", comenta. A temática utilizada nas redes sociais se tornaram a base para o mestrado, onde Stênio desenvolve uma técnica para ensinar geociência a crianças com 10 anos utilizando principalmente a animação "A Era do Gelo". Já quando estiver no doutorado, o ícone pop escolhido será o filme "Jurassic Park". "Divulgação científica é basicamente isso: um artigo científico sobre penas em dinossauros não vai atingir tantas pessoas quanto um filme de 'Jurassic Park'. Então, a intenção é aproximar as pessoas da ciência e usar algum desenho ou um filme como ferramenta para passar um conteúdo científico", complementa. Bob Esponja, Pequena Sereia e Pokémon, estudante da Unicamp utiliza personagens da cultura pop para explicar biologia Arquivo Pessoal ???? Produção literária, do biólogo à sereia Como parte do amadurecimento na produção de conteúdo, em 2021, Carlos Stênio escreveu o primeiro livro misturando uma narrativa ficcional com elementos da biologia. "O Diário de um Biólogo" é narrado por uma criança com autismo que descobre que não existe preconceito no mundo animal. Segundo o autor, a obra foi produzida a partir de uma pesquisa mais antiga que tinha feito na época da faculdade sobre comportamento homossexual em animais. O trabalho foi o início de uma produção de e-books e livros de biologia que abriram portas para ele ser convidado a ministrar palestras que explicassem seu método. “Cheguei a lançar alguns e-books e livros ensinando a professores e alunos como eles podem estudar para o Enem, por exemplo”, revela. Em setembro de 2022, lançou "Alice no País da Biologia", uma versão da clássica história criada por Lewis Carroll em 1865, mas explorando o contexto biológico. Nesta história, o leitor encontra uma personagem que visita o mundo fantástico depois de ingerir um cogumelo alucinógeno. Bob Esponja, Pequena Sereia e Pokémon, estudante da Unicamp utiliza personagens da cultura pop para explicar biologia Arquivo pessoal Neste ano, agora com objetivo de lançar ao menos um livro por ano, publicou uma adaptação da lenda da "Pequena Sereia", desta vez com mais liberdade criativa. Neste caso, a protagonista troca sua cauda para viver na cidade, mas descobre que as outras princesas são mesquinhas e não deixam mais ninguém entrar no "clubinho". O autor comenta que a biologia é inserida de forma leve e orgânica à trama, explorando, ao mesmo tempo, os conflitos da protagonista e a fauna marinha. "Está tendo uma aceitação legal para o público que é voltado. Ele furou muita bolha da Alice, tanto é que ele entrou na lista dos mais vendidos em diversos sites", conclui. *Sob a supervisão de Marcello Carvalho. VÍDEOS: tudo sobre Campinas e região Veja mais notícias da região no g1 Campinas